No mundo das marcas, a concorrência gratuita entre escritórios de design é uma prática comum para selecionar ideias criativas não escolhidas.
Dentro do universo das marcas, é recorrente encontrar a concorrência não remunerada, na qual companhias realizam uma competição não paga para selecionar fornecedores de serviços, como agências de publicidade e escritórios de design, sem oferecer compensação financeira pelo trabalho apresentado.
Essa prática de pitching gratuito é controversa, pois muitos profissionais questionam a ética por trás de um processo de seleção sem pagamento. Apesar disso, a concorrência não remunerada ainda persiste no meio corporativo, deixando em evidência a necessidade de se discutir e buscar alternativas mais justas para a escolha de parceiros de negócios.
Combate à Concorrência não Remunerada: Uma Iniciativa Contra o Pitching Gratuito
No cenário do mercado de trabalho criativo, as práticas mais comuns envolvem a competição não paga, também conhecida como concorrência não remunerada, que vem sendo questionada e combatida por profissionais engajados na valorização do processo criativo e na seleção justa de parceiros criativos. Um exemplo inspirador desse movimento é o manifesto ‘No Free Pitches’ criado pelos sócios do escritório de design Porto Rocha.
Leo Porto e Felipe Rocha, ao vivenciarem as consequências negativas desse processo de seleção sem pagamento, decidiram agir e levantar a voz contra o pitching gratuito, que não apenas desvaloriza os profissionais, mas também prejudica a qualidade das ideias ao não garantir sua seleção ou proteção contra possíveis cópias.
A concorrência gratuita, além de sobrecarregar os participantes com prazos injustos e exigências desproporcionais, gera um ambiente de competição desleal que favorece os grandes estúdios em detrimento dos pequenos. O pitching sem pagamento é considerado obsoleto e inaceitável por aqueles que defendem a justa remuneração pelo trabalho criativo e a eliminação de práticas abusivas.
A adesão massiva ao manifesto ‘No Free Pitches’ por parte de mais de 5 mil profissionais de empresas renomadas demonstra a insatisfação generalizada com essa prática danosa. O manifesto destaca, de forma contundente, que o pitch não é a única forma de avaliar um parceiro criativo e que a sua realização sem pagamento é prejudicial tanto para os profissionais quanto para os clientes.
Felipe e Leo encontraram apoio e solidariedade em outros colegas do setor, como a designer Vanessa Queiroz, que há mais de uma década optou por não participar de concorrências não remuneradas. Essa união de forças e ideias criativas não selecionadas culminou em um movimento estruturado e eficaz para combater o pitching gratuito e promover práticas mais justas e transparentes no mercado de design.
Ao se engajar nessa luta contra a concorrência não remunerada, os profissionais estão não apenas valorizando seu próprio trabalho, mas também contribuindo para a construção de um ambiente profissional mais ético, respeitoso e equitativo para todos os envolvidos. É hora de repensar e reformular as práticas que perpetuam a desvalorização do talento criativo e reivindicar um espaço onde a criatividade seja reconhecida, valorizada e devidamente recompensada. A mudança começa com a conscientização e a ação coletiva em prol de uma indústria mais justa e sustentável.
Fonte: @ Ad News
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